sexta-feira, 11 de março de 2022

DFC

 DEMONSTRATIVO DE FLUXO DE CAIXA - DFC



Assim como na Demonstração de Resultado do Exercício (DRE), no Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC) pode-se fazer a analogia de que os seus registros são considerados um filme, pois revelam as entradas e saídas de caixa de um certo período (trimestral, anual, etc), que auxiliam na compreensão da geração de caixa da Companhia. É importante destacar, ainda, que, ao contrário da DRE, o DFC tem seus lançamentos registrados sob o regime de caixa e não o de competência, ou seja, é possível monitorar o efetivo fluxo do dinheiro na empresa em estudo. Nesse sentido, o analista saberá se a Companhia está gastando mais do que recebendo (fluxo de caixa negativo) ou recebendo mais do que gastando (fluxo de caixa positivo).

O DFC é dividido em três categorias: Atividades Operacionais; Atividades de Investimento; e Atividades de Financiamento.

O fluxo de caixa das atividades operacionais diz respeito aos fluxos que correspondem ao processo produtivo da empresa até a entrega do produto/serviço. Para isso, a DFC reúne dados do balanço patrimonial e da DRE. Sendo assim, os registros que se referem aos custos e despesas, pagamento de fornecedores e de salários, contas a receber e etc., ou seja, as contas que fazem parte do operacional da empresa, estão nesse fluxo.

Como o próprio nome já diz, no fluxo de caixa das atividades de investimento estão os investimentos que a empresa realiza para a formação do ativo não circulante (imobilizado, intangível e investimentos).

Para concluir, o fluxo de caixa das atividades de financiamento registra a captação de recursos no período, seja ele de terceiros ou próprio.

A soma dessas contas nos mostra a variação de caixa no período que, somado ao caixa do exercício anterior, irá resultar no caixa do exercício corrente analisado.

A DFC serve para termos uma noção de qual é a origem dos recursos que formaram o caixa da empresa no período e se a empresa consegue cobrir seus investimentos e suas despesas financeiras e amortizações de dívidas com sua operação.

DRE

 


Demonstração do Resultado do Exercício – Um Filme dos Resultados da Companhia

Enquanto o Balanço Patrimonial é uma foto das contas patrimoniais de uma Companhia em um certo dia, podemos considerar que a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um filme dos resultados da empresa em um determinado período. As Companhias de capital aberto, com frequência, divulgam suas demonstrações financeiras em períodos trimestrais e anuais. Nesse sentido, a diferença entre o Balanço Patrimonial e DRE no que diz respeito à abordagem entre “foto” e “filme” é que, no caso de uma demonstração financeira anual divulgada, as contas do Balanço Patrimonial se referem ao posicionamento do dia 31 de dezembro do ano X e o conjunto de rubricas que constam na DRE são a soma dos resultados entre o período do dia 01 de janeiro do ano X  e 31 de dezembro do mesmo ano X.

Uma questão muito importante a ser observada na DRE é a forma como é realizado o registro contábil, uma vez que este deve respeitar o regime de competência, ou seja, o registro deve ser realizado na ocorrência do fato gerador, independente do efetivo recebimento da receita ou do pagamento das despesas.

Para exemplificar, a Companhia realiza a venda de R$ 10 milhões de produtos parcelada em 2 anos. Nesse caso, em virtude do regime de competência, a receita a ser registrada no ano 1 será de R$ 10 milhões, quando o corre o fato gerador; não sendo registrada, portanto, a ocorrência de receita no ano 2.

A apresentação da DRE segue a ordem abaixo:

Receita Bruta (Vendas de produtos e/ou serviços prestados)

(-) Impostos e Deduções (Tributações incidentes nas vendas, vendas canceladas, devoluções e descontos)

= Receita Operacional Líquida

(-) Custos de Venda (Valor investido para compra e venda de mercadoria e/ou prestação de serviços. Os vendedores das mercadorias e/ ou dos serviços prestados estão nesta conta)

= Lucro Bruto

(-) Despesas Gerais e Administrativas (Despesas necessárias para a manutenção das atividades da empresa. Aluguel, luz, funcionários da parte administrativa – RH, Financeiro, etc)

= Resultado Operacional Líquido

(-) Receitas e Despesas Financeiras (Aplicações financeiras, despesas com juros, despesas bancárias, etc)

= Resultado antes do Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social (CS)

- IR e CS (Imposto de renda e contribuição social)

= Resultado Líquido

Analisando a ordem acima, é possível compreender que o objetivo básico da DRE é o confronto de receitas e despesas da Companhia de modo a fornecer o resultado do exercício, mostrando se este foi lucrativo ou se houve prejuízo.

A DRE é uma ferramenta indispensável e é muito utilizada por gestores, investidores, credores e pelo próprio governo. Permite, ainda, que sejam extraídas informações de extrema relevância para a compreensão do resultado financeiro da empresa analisada. Dessa forma, por exemplo, é possível analisar a composição da Receita Total, o montante dos custos relacionados aos produtos e serviços e das despesas gerais e administrativas, bem como verificar a capacidade de pagamento dos juros com o lucro operacional obtido no período.

quarta-feira, 31 de março de 2021

Margens Financeiras


Índices de Margens Financeiras ou Indicadores de Lucratividade são indicadores de lucratividade que visam mostrar o quão eficiente é uma empresa na administração de seus resultados. Receitas elevadas com baixos custos e despesas são a combinação perfeita para que uma empresa apresente bons índices de lucratividade. Esse resultado pode indicar que a empresa está vendendo menos por mais, em virtude de algum tipo de vantagem competitiva.

Margem Bruta

Índice de Margem Bruta, através da comparação Lucro Bruto / Receita Operacional Líquida (ROL), revela a eficiência da operação da empresa. O Lucro Bruto é obtido após descontar da ROL o Custo de Mercadorias ou Serviços Vendidos (CMV).


Margem Operacional (EBIT)

Margem Operacional é obtida através da comparação entre Lucro Operacional/ROL. O Lucro Operacional ou EBIT (Earnings Before Interest & Taxes) é o saldo obtido após as Despesas Operacionais e antes do Resultado Financeiro.

Margem EBITDA

Margem EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization) segue a mesma lógica de cálculo da Margem Operacional. Contudo, para encontrar o EBITDA, soma-se a Amortização e a Depreciação (despesas não caixa) ao Lucro Operacional. Cumpre destacar que o EBITDA é considerado uma proxy do Fluxo de Caixa Operacional (FCO). 


Margem Líquida

Margem Líquida é o cálculo que resulta da comparação entre Lucro Líquido/ROL. Sendo a última linha da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), o Lucro Líquido é obtido após o Resultado Financeiro e o Imposto de Renda. É a partir do Lucro Líquido que a Companhia define quanto irá distribuir para os sócios.



Observação sobre as Margens Financeiras

Faturamento e vendas são considerados sinônimos de ROL.

Empresas que possuem algum tipo de vantagem competitiva ou que comercializam produtos que têm alto valor agregado, combinado com estrutura de despesas e custos baixos em relação às receitas e lucros, alcançam rentabilidade pelas margens (Ex.: joalherias, transmissoras de energia e empresas de software); Empresas com baixo valor agregado (Ex.: supermercados, distribuidoras de alimentos e drogarias), entretanto, buscam retornos pelo giro do ativo.

As Margens Financeiras revelam vantagens/ problemas da empresa no que se refere (i) à produção - margem bruta; (ii) ao operacional - margem operacional; e (iii) ao financeiro - margem líquida.

Balanço Patrimonial


O Balanço Patrimonial (“BP" ou "Balanço”) tem como objetivo mostrar a situação patrimonial de uma empresa em um momento específico. Nele os bens e direitos estão equilibrados com as obrigações de terceiros e contribuições dos acionistas.

O BP é dividido em duas colunas: (i) lado esquerdo: encontram-se os bens e direitos (Ativo); e (ii) lado direito: estão as obrigações junto a terceiros (Passivo) e as participações dos sócios (Patrimônio Líquido).

Cabe aqui salientar, também, que o lado esquerdo do Balanço possui origem devedora e o direito credora, dado que bens e direitos (Ativo) são considerados aplicações de recursos que tem origem no Passivo e Patrimônio Líquido; afirmamos, assim, que no BP não há devedor sem credor.

Estrutura de um Balanço Patrimonial

Tendo em vista o período contábil de um ano, o BP é dividido em Ativo Total e Passivo Total, conforme quadro abaixo:

As contas do Ativo são divididas em dois grupos e são registradas em ordem decrescente pelo grau de liquidez:

Ativo Circulante

São Bens e direitos com expectativas de liquidez (possibilidade de se transformarem em dinheiro) no prazo de até um ano:


 Ativo não Circulante

São Bens e direitos com expectativas de liquidez em prazo superior a um ano:

Com relação ao Passivo, podemos dizer que este é dividido em dois grupos e são registrados em ordem decrescente pelo nível de exigibilidade:

Passivo Circulante

São obrigações junto a terceiros em que a empresa tem a expectativa de pagá-los em um período de até um ano:


 Passivo não Circulante

São obrigações junto a terceiros que deverão ser pagos em prazos superiores a um ano:


 Patrimônio Líquido

O Patrimônio Líquido, obtido pela subtração entre o Ativo Total e Passivo Exigível (Passivo Circulante e Passivo não Circulante), uma vez que não existe a obrigação prévia de que a empresa tenha de devolver aos acionistas os recursos por eles investidos, a menos que ela seja liquidada, não há registro que leve em consideração o nível de exigibilidade. Portanto, a divisão do Patrimônio Líquido se dá da seguinte forma:


 Observações sobre o Patrimônio Líquido

Conforme a Lei 6.404, os administradores são obrigados a disponibilizar aos acionistas as Demonstrações Financeiras (“DFs”) da Companhia até um mês antes da data marcada para a realização da Assembleia Geral Ordinária (AGO), a qual ocorre anualmente até o quarto mês após o exercício social (31 de dezembro de cada ano). Nesse sentido, dado que o Balanço Patrimonial faz parte das DFs, a Administração da Companhia deve disponibilizá-lo antes da realização da AGO para que os acionistas possam deliberar sobre as DFs.